segunda-feira, 3 de fevereiro de 2020

"O Estado de São Paulo” é o mais antigo dos jornais da cidade de São Paulo ainda em circulação!

"O Estado de São Paulo” é o mais antigo dos jornais da cidade de São Paulo ainda em circulação!


1) O Estado de São Paulo - Resumo Histórico  e Cronológico- Autor: José Alfredo Vidigal Pontes;  
2) Breve definição de jornalismo (Grupo Globo);
3) Definição de Jornais Diários (Conceito Associação Nacional de Jornais (ANJ);
4) Dicas e Sugestões (UNESCO).

Imagem/Fonte/Estadao: Twtter (29 de outubro de 2018).

1) O Estado de São Paulo - Resumo Histórico  - Autor: José Alfredo Vidigal Pontes! 

"...

"O Estado de São Paulo” é o mais antigo dos jornais da cidade de São Paulo ainda em circulação. Em 4 de janeiro de 1875, ainda durante o Império, circulava pela primeira vez “A Província de S. Paulo” - seu nome original. Somente em janeiro de 1890, após o estabelecimento de uma nova nomenclatura para as unidades da federação pela República, receberia sua atual designação. O jornal foi fundado por 16 pessoas reunidas por Manoel Ferraz de Campos Salles e Américo Brasiliense, concretizando uma proposta de criação de um diário republicano surgida durante a realização da Convenção Republicana de Itu, com o propósito de combater a monarquia e a escravidão. A cidade de São Paulo desta época já se encontrava em franco desenvolvimento. A partir de 1865, quando a cidade contava com cerca de 25 mil habitantes, a ferrovia passou a influenciar decisivamente na aceleração da urbanização.

Desde sua fundação que a espinhosa subida da Serra do Mar se colocava como um fator restritivo de comunicação com o porto de Santos. Com a superação deste formidável obstáculo, o potencial comercial da “boca de sertão” ampliou-se significativamente. Grandes atacadistas passaram a se concentrar no Brás e no Pari, região transformada em “porto do planalto”. A expansão comercial foi acompanhada pela instalação progressiva das primeiras indústrias de bens de consumo popular como velas, fósforos, sabões, chapéus, sapatos, tecidos, farinhas, biscoitos, massas, móveis, panelas, material de construção, chocolates e cerveja. A ferrovia era um desdobramento da economia cafeeira, a qual vinha se desenvolvendo desde meados do século 19. Capitais acumulados pelo tropeirismo e pelo açúcar migraram para a nascente economia cafeeira do oeste paulista, enquanto os cafezais do vale do Paraíba decaiam, seja pelo esgotamento das terras mal aproveitadas, seja pelas limitações de eficiência do trabalho escravo.  Os pragmáticos paulistas passaram a procurar o trabalho assalariado de imigrantes europeus, os quais, além de serem mais produtivos, ampliavam o mercado consumidor. Assim, a ferrovia vinha para escoar uma produção crescente voltada para os mercados externos, que por sua vez desencadeava uma expansão do comércio e da indústria através do mercado interno. O pouso de tropas e estudantes de Direito havia entrado inexoravelmente em um ciclo econômico virtuoso em direção à urbanização e à industrialização. Contudo, apesar das inovações, era ainda uma pequena cidade com pouco mais de 30.000 habitantes, na sua maioria tropeiros, funcionários públicos e estudantes de Direito.

Na margem oeste do Anhangabaú ainda se caçavam perdizes e se pescavam bagres em uma lagoa próxima à Estação da Luz. Em 1875 existiam mais dois jornais diários de algum porte : o “Correio Paulistano”, fundado em 1854; e o “Diário de São Paulo”, de 1865 – ambos extintos. A importância da fundação de “A Província” deve-se ao fato de ser o primeiro grande jornal engajado no ideário republicano e abolicionista, por meio dos textos contundentes de Francisco Rangel Pestana e Américo de Campos, seus primeiros redatores. Sua tiragem inicial era de 2.000 exemplares, bastante significativa para a população da cidade, estimada em 31 mil. Pode-se dizer que a partir de então o jornal foi crescendo com a cidade e influenciando cada vez mais a evolução política do país, com a enorme responsabilidade de ser o principal veículo da mais republicana das cidades brasileiras.

No início de 1888, meses antes da proclamação da República, Euclides da Cunha, então um jovem redator republicano expulso do Exército passa a colaborar com "O Estado" , sob o pseudônimo de Proudhon. Neste mesmo ano “A Província” atingia a marca de 4.000 assinantes. Em janeiro de 1890, já com o nome de “O Estado de S. Paulo”, a tiragem havia dobrado : 8 mil. Em 1896 a tiragem não consegue ultrapassar os dez mil exemplares, não por falta de novos leitores, mas devido às limitações do equipamento gráfico. Porém, uma nova máquina é adquirida e a tiragem pula para 18 mil exemplares durante a campanha de Canudos, quando eram ansiosamente aguardadas as reportagens enviadas por Euclides da Cunha através do telégrafo.

Em 1902, Júlio Mesquita, redator desde 1885 e genro de José Alves de Cerqueira César, um dos 16 fundadores, torna-se o único proprietário. Nesta época a cidade atingia a marca de 250 mil habitantes, metade dos quais italianos. Dois anos antes havia circulado o primeiro bonde elétrico e em 1901 inaugurada a primeira usina hidrelétrica para fornecimento regular de luz e força para a cidade. A modernização do jornal acompanhava o espantoso crescimento da cidade que havia decuplicado sua população nos 35 anos posteriores à chegada da ferrovia. Neste mesmo ano Júlio Mesquita e Cerqueira César lideram a 1ª dissidência republicana, iniciando a partir de então uma linha de oposição sistemática aos governos estadual e federal.

Durante todo o transcorrer posterior da chamada República Velha (até 1930) o jornal se colocou ao lado dos contestadores do viciado sistema eleitoral conhecido pejorativamente como “bico-de-pena”, caracterizado pelo voto em aberto e manipulação fraudulenta. Em 1909 apoia a candidatura de Ruy Barbosa à presidência da República, a chamada “Campanha Civilista”, em oposição ao candidato oficial, o Marechal Hermes, um militar. Em 1924, logo após a Revolução que ocupou a cidade de São Paulo por 23 dias, Júlio Mesquita foi preso a mando do governo federal apenas por ter dialogado com os revolucionários. Apesar da neutralidade de "O Estado" , concordante com as críticas dos revolucionários ao governo federal, mas discordante da sublevação militar como meio de contestação.

Em 1926 "O Estado" apoiou a fundação em São Paulo do Partido Democrático, de oposição ao PRP, então detentor do governo estadual e federal.

Em 1930 o jornal apoiou a “Aliança Liberal” e a candidatura de Getúlio Vargas à presidência, em oposição a Júlio Prestes, o candidato oficial do PRP. Neste mesmo ano atinge a tiragem de 100 mil exemplares e lança aos domingos um Suplemento em Rotogravura, com grande destaque às ilustrações fotográficas. Enquanto isto a população da cidade alcança a marca de 887.810 mil habitantes. Em 1932, “O Estado” e o Partido Democrático, inconformados com o autoritarismo de Getúlio Vargas e com o tratamento hostil reservado a São Paulo pelos “tenentes”, formam uma aliança com alguns setores do PRP e articulam a Revolução Constitucionalista de 32, a qual eclode em 9 de julho. A posição do jornal, da cidade e do estado de São Paulo é uma só : reivindicação de eleições livres e de uma Constituição. Em outubro, com a derrota dos revolucionários, Júlio de Mesquita Filho e Francisco Mesquita foram presos pela ditadura e expatriados para Portugal.

No ano seguinte, no mês de agosto, Getúlio Vargas convida Armando de Salles Oliveira para ser o interventor federal em São Paulo. Armando Salles, que era genro de Júlio Mesquita (já falecido então) impõe como condição para aceitar o posto a anistia aos revoltosos de 32 e a convocação de uma assembléia constituinte. Vargas concorda e Júlio de Mesquita Filho e Francisco Mesquita, assim como dezenas de outros expatriados retornam ao país. Mesmo derrotados militarmente os constitucionalistas alcançaram seus objetivos políticos.

Em 25 de janeiro de 1934, o então governador Armando de Salles Oliveira assinou o decreto de criação da USP, uma idéia lançada pelo jornal ainda em 1927 através de uma campanha liderada por Júlio de Mesquita Filho. E ele próprio foi incumbido pelo governador de arregimentar os professores estrangeiros que viriam formar o corpo docente da Faculdade de Filosofia, com destaque para os jovens Fernand Braudel , Claude Lévi-Strauss, Roger Bastide, Pierre Monbeig, Ungaretti e muitos outros que se tornariam famosos posteriormente. Em 1951 foi instituído o troféu SACI prêmio da crítica aos melhores profissionais de teatro e cinema, que se constituiu no mais importante certame cultural durante os anos 50 e parte dos 60. Editorialmente o jornal sempre manteve sua linha de apoio à democracia representativa e à economia de livre-mercado Em 1964, “O Estado” apoiou o movimento militar que depôs o presidente João Goulart ao constatar que o mesmo já não tinha autoridade para governar. No entanto, entendia que a intervenção militar deveria ser transitória. Quando se evidenciava que os radicais de extrema direita aumentavam sua influência, objetivando a perpetuação dos militares no poder, O Estado retirou seu apoio e passou a fazer oposição.

Em 1966 o Grupo Estado aumentou consideravelmente seu envolvimento com a cidade ao lançar o Jornal da Tarde, um diário com um acompanhamento especial dos problemas urbanos. Dois anos depois tanto O Estado de S. Paulo como o Jornal da Tarde passaram a ser censurados pela sua posição contrária ao regime militar, resistindo bravamente com a denúncia da censura através da publicação de poemas de Camões e receitas culinárias, respectivamente, em lugar das notícias proibidas. A censura só seria retirada em janeiro de 1975 com o projeto de distensão política iniciado pelo governo do general Ernesto Geisel. Em fevereiro de 1967 a tiragem de "O Estado" ultrapassa 340.000 exemplares. No dia 25 de setembro a AII (Associação Interamericana de Imprensa) protesta contra a censura sofrida pelo "O Estado" ao comentar a morte do ex-presidente Castello Branco.

No dia 13 de dezembro de 1968 "O Estado" é impedido de circular por ordem da ditadura militar. O editorial “Instituições em frangalhos” escrito por Júlio de Mesquita Filho é o motivo da arbitrariedade. A partir de então começa a censura dentro da redação dos jornais “O Estado de S. Paulo” e “Jornal da Tarde”. Júlio de Mesquita Filho vem a falecer no dia 12 de julho e Francisco Mesquita em 8 de novembro. Apesar das dificuldades enfrentadas com a ditadura militar, o Grupo Estado continua se diversificando : no dia 4 de janeiro de 1970 nasce a “Agência Estado”. Em 1972 o "Estúdios Eldorado"” inicia suas atividades.

No ano seguinte os dois jornais passam a publicar assuntos não usuais na 1ª página em lugar dos textos censurados : poemas de Camões no "Estado" e receitas culinárias no “Jornal da Tarde.

Em Copenhague, no dia 3 de setembro de 1974, o jornalista Júlio de Mesquita Neto recebe em nome dos jornais “O Estado de S. Paulo” e “Jornal da Tarde” o prêmio Pena de Ouro da Liberdade outorgado pela Federação Internacional de Editores de Jornais.

No ano seguinte, no dia 4 de janeiro o jornal “O Estado de S. Paulo” completou 100 anos de existência e comemorou apenas 95 de vida, ignorando os cinco anos em que foi dirigido pela ditadura de Getúlio Vargas (1940-45).

Neste mesmo dia é suspensa a censura nas redações de "O Estado" e Jornal da Tarde”.
No dia 12 de junho de 1976 completava-se a mudança de “O Estado de S. Paulo”, Jornal da Tarde” e “Agência Estado" para o bairro do Limão.

Em agosto de 1981 “O Estado de S. Paulo” e o “Jornal da Tarde” ganham em última instância uma ação contra a União pela perdas sofridas com a apreensão das edições de 10 e 11 de maio de 1973, quando apenas os dois jornais foram proibidos de noticiar a renúncia de Cirne Lima, ministro da Agricultura durante o governo Médici.

A “Agência Estado" adquiriu a Broadcast, incorporada oficialmente em 6 de janeiro de 1992. No dia 12 de setembro de 1993 a cor do logotipo do cabeçalho de "O Estado" passa a ser azul, escolhida pelos próprios assinantes. Em março de 2000 ocorreu a fusão dos “sites” da Agência Estado, O Estado de S. Paulo e Jornal da Tarde resultando no portal Estadao.com.br, veículo informativo em tempo real.

Em janeiro de 2003 o portal Estadao.com.br superou a marca de um milhão de visitantes mensais, consolidando sua posição de liderança em consultas a veículos de jornalismo em tempo real no Brasil.

E, em abril de 2004, o jornalista Ruy Mesquita, Diretor de Opinião de "O Estado de S. Paulo", foi agraciado com o prêmio Personalidade de Comunicação 2004, conferido pela Associação Brasileira de Jornalismo Empresarial.

Pesquisas de mercado, há décadas, apontam o jornal como aquele que desfruta da maior credibilidade dentre todas as empresas jornalísticas brasileiras. E por várias vezes foi indicado por associações internacionais como sendo um dos diários mais completos do mundo, ao lado dos grandes jornais europeus e norte-americanos.
Além do completo noticiário político, a vinculação cultural do jornal é muito forte, iniciada com a proposta de fundação da Universidade de São Paulo em 1934, a principal instituição de ensino acadêmico do Brasil. Hoje esta tradição é mantida e atualizada por outras iniciativas do Grupo Estado.
Em 1997 foi instituído o Prêmio Multicultural Estadão, destinado ao reconhecimento dos melhores expoentes culturais de cada ano.

E no ano de 2002 iniciou-se uma nova atividade editorial com o lançamento de livros de alto nível, com duas obras de grande interesse histórico já publicadas: “A Guerra”, de Julio Mesquita; e “São Paulo de Piratininga: de pouso de tropas a metrópole”.

E muitos outros projetos estão em andamento, no intuito de divulgar publicamente o enorme acervo histórico e cultural de O Estado de S. Paulo, organizado ao longo de 129 anos de existência e imbricado com a história da cidade, do estado e do país".

O Estado de São Paulo - Cronologia Histórica1873 - 1879


18 de abril de 1873 - A maioria dos participantes da Convenção Republicana de Itú concorda acerca da necessidade de ter um órgão de imprensa na capital para defender os ideais republicanos.


Outubro de 1874 - Após um trabalho de arregimentação efetuado por Américo Brasiliense e Manuel Ferraz de Campos Salles é constituida uma sociedade em comandita com 19 cotistas com o nome de Pestana, Campos & Cia. Este nome deve-se ao fato de Francisco Rangel Pestana e Américo de Campos, escolhidos para redatores, terem as maiores cotas. A administração foi confiada a José Maria Lisboa.


4 de Janeiro 1875 - Sai o 1º número de "A Província de S. Paulo", no dia 4 de janeiro. Mesmo sem assumir explicitamente seu propósito republicano, consta uma extensa declaração de princípios afinada com o republicanismo e com os pressupostos da cidadania. Além disso é estabelecida a sua linha mestra, que caracteriza o jornal até hoje : "conta a Província de S. Paulo fazer da sua independência o apanágio de sua força". A redação, administração e oficinas foram instaladas num prédio da Rua do Palácio , no. 14 (atual do Tesouro), esquina com a rua do Comércio (atual Álvares Penteado), onde ficariam até abril de 1877. Neste mês houve uma mudança para a Rua da Imperatriz, no. 44 (hoje XV de Novembro). A impressora era uma máquina manual "Alauzet", acionada por negros libertos contratados por tarefas. O jornal começou com 5 colunas largas, em 4 páginas. O logotipo era em letra de forma. Os títulos sempre em apenas 1 coluna. O tipo (corpo) variava entre o 8 e o 10.

1876 - O jornal inova a venda de exemplares avulsos : o francês Bernard Gregoire, montado num burro, oferecia o jornal em todos os recantos da cidade, indo até suas extremidades da época : da Luz à Liberdade e de Santa Ifigênia ao Brás.

1878 - O logotipo no cabeçalho passa a ser escrito em letras góticas.

1879 - A sociedade foi reorganizada, passando a contar com apenas 11 comanditários.

2) Breve definição de jornalismo (Grupo Globo)


"... De todas as definições possíveis de jornalismo, a que o Grupo Globo adota é esta: jornalismo é o conjunto de atividades que, seguindo certas regras e princípios, produz um primeiro conhecimento sobre fatos e pessoas. Qualquer fato e qualquer pessoa: uma crise política grave, decisões governamentais com grande impacto na sociedade, uma guerra, uma descoberta científica, um desastre ambiental, mas também a narrativa de um atropelamento numa esquina movimentada, o surgimento de um buraco na rua, a descrição de um assalto à loja da esquina, um casamento real na Europa, as novas regras para a declaração do Imposto de Renda ou mesmo a biografia das celebridades instantâneas. O jornalismo é aquela atividade que permite um primeiro conhecimento de todos esses fenômenos, os complexos e os simples, com um grau aceitável de fidedignidade e correção, levando-se em conta o momento e as circunstâncias em que ocorrem. É, portanto, uma forma de apreensão da realidade.

Antes, costumava-se dizer que o jornalismo era a busca pela verdade dos fatos. Com a popularização confusa de uma discussão que remonta ao surgimento da filosofia (existe uma verdade e, se existe, é possível alcançá-la?), essa definição clássica passou a ser vítima de toda sorte de mal-entendidos. A simplificação chegou a tal ponto que, hoje, não é raro ouvir que, não existindo nem verdade nem objetividade, o jornalismo como busca da verdade não passa de uma utopia. É um entendimento equivocado. Não se trata aqui de enveredar por uma discussão sem fim, mas a tradição filosófica mais densa dirá que a verdade pode ser inesgotável, inalcançável em sua plenitude, mas existe; e que, se a objetividade total certamente não é possível, há técnicas que permitem ao homem, na busca pelo conhecimento, minimizar a graus aceitáveis o subjetivismo.

É para contornar essa simplificação em torno da “verdade” que se opta aqui por definir o jornalismo como uma atividade que produz conhecimento. Um conhecimento que será constantemente aprofundado, primeiro pelo próprio jornalismo, em reportagens analíticas de maior fôlego, e, depois, pelas ciências sociais, em especial pela História. Quando uma crise política eclode, por exemplo, o entendimento que se tem dela é superficial, mas ele vai se adensando ao longo do tempo, com fatos que vão sendo descobertos, investigações que vão sendo feitas, personagens que resolvem falar. A crise só será mais bem entendida, porém, e jamais totalmente, anos depois, quando trabalhada por historiadores, com o estudo de documentos inacessíveis no momento em que ela surgiu. Dizer, portanto, que o jornalismo produz conhecimento, um primeiro conhecimento, é o mesmo que dizer que busca a verdade dos fatos, mas traduz com mais humildade o caráter da atividade. E evita confusões.

Dito isso, fica mais fácil dar um passo adiante. Pratica jornalismo todo veículo cujo propósito central seja conhecer, produzir conhecimento, informar. O veículo cujo objetivo central seja convencer, atrair adeptos, defender uma causa, faz propaganda. Um está na órbita do conhecimento; o outro, da luta político-ideológica. Um jornal de um partido político, por exemplo, não deixa de ser um jornal, mas não pratica jornalismo, não como aqui definido: noticia os fatos, analisa-os, opina, mas sempre por um prisma, sempre com um viés, o viés do partido. E sempre com um propósito: o de conquistar seguidores. Faz propaganda. Algo bem diverso de um jornal generalista de informação: este noticia os fatos, analisa-os, opina, mas com a intenção consciente de não ter um viés, de tentar traduzir a realidade, no limite das possibilidades, livre de prismas. Produz conhecimento. O Grupo Globo terá sempre e apenas veículos cujo propósito seja conhecer, produzir conhecimento, informar.

É claro que um jornal impresso, uma revista, um telejornal, um noticiário de rádio e um site noticioso na internet podem ter diversas seções e abrigam muitos gêneros: o noticiário propriamente dito, os editoriais com a opinião do veículo, análises de especialistas, artigos opinativos de colaboradores, cronistas, críticos. E é igualmente evidente que a opinião do veículo vê a realidade sob o prisma das crenças e valores do próprio veículo. Da mesma forma, um cronista comentará a realidade impregnado de seu subjetivismo, assim como os articulistas convidados a fazer as análises. Livre de prismas e de vieses, pelo menos em intenção, restará apenas o noticiário. Mas, se de fato o objetivo do veículo for conhecer, informar, haverá um esforço consciente para que a sua opinião seja contradita por outras e para que haja cronistas, articulistas e analistas de várias tendências.

Em resumo, portanto, jornalismo é uma atividade cujo propósito central é produzir um primeiro conhecimento sobre fatos e pessoas. Fonte: O Globo.

3) Definição de Jornais Diários


Em 1998 a WAN-IFRA – Associação Mundial de Jornais e Editores de Notícias “adota a definição da UNESCO para jornais diários com o objetivo de padronizar e facilitar comparações internacionais. De acordo com essa definição, usada pelo World Press Trends (publicação da Associação que reúne dados sobre a imprensa em todo o mundo), jornais diários são aqueles publicados no mínimo quatro dias por semana. Jornais não diários são aqueles publicados 3 dias ou menos. O conceito realizado pela Associação Nacional de Jornais (ANJ), fundada em 1979, “trabalha na defesa dos legítimos interesses dos jornais brasileiros, promove estudos e ações para o desenvolvimento desses veículos de comunicação, defende a liberdade de imprensa e representa o Brasil junto a entidades internacionais congêneres”. A ANJ trabalha no  “reposicionamento dos jornais no mercado de mídia que sofre cada vez mais influência do meio digital e das novas tecnologias, com atenção especial à publicidade e ao aumento da audiência paga”. A ANJ também “tem dois outros grandes objetivos: defesa da livre expressão, um dos princípios da democracia, e valorização do jornal na educação e na construção da cidadania!”. Para saber mais WAN-IFRA: Associação Mundial de Editores de Notícias.

4) Dicas e Sugestões


UNESCO lança manual para jornalistas investigativos: “A Investigação a partir de histórias: um manual para jornalistas investigativos”, por Mark Lee Hunter, é um guia já reconhecido por jornalistas investigativos de várias partes do mundo e publicado pela primeira vez pela UNESCO em 2009, em diversas línguas. Cinco anos mais tarde, devido à grande demanda, a UNESCO no Uruguai lança a publicação em espanhol e em português. As versões já estão disponíveis para download gratuito e se somam às outras cinco línguas previamente publicadas (19.02.2014 - UNESCO Office in Brasilia)”. Para realizar o download direto (link): A Investigação a partir de histórias: um manual para jornalistas investigativos.

Modelo curricular para ensino de jornalismo é lançado em português (UNESCO): “Os currículos para ensino de jornalismo nos países lusófonos podem agora ser planejados de forma muito mais sistemática e coordenada. A UNESCO acaba de lançar a versão em português do “Modelo curricular da UNESCO para o ensino do jornalismo”, que está a disposição das instituições de formação de jornalistas e profissionais do Brasil e de outros países de língua portuguesa (04.02.2011 - UNESCO Office in Brasilia)”.

Manual da Unesco orienta sobre combate a desinformação: "Este novo manual baseia-se em ideias e conselhos de especialistas globais para lançar luz sobre a poluição da informação e explicar como o jornalismo pode reagir", disse Guy Berger, diretor de liberdade de expressão e desenvolvimento de mídia da Unesco, no lançamento de setembro. O manual "Journalism, `Fake News’ & Disinformation" foi concebido como um guia prático para gerentes de redação, jornalistas no campo e professores em sala de aula (Herry Ricchiardi em 3de dezembro de 2018)”.

Tendências da imprensa mundial 2019: Os funcionários das organizações membros da WAN-IFRA podem fazer o download do relatório gratuitamente aqui, como um benefício da associação: (Nota: você não precisa do seu login, apenas do seu endereço de e-mail. PDF: WAN-IFRA_WPT_2019.pdf. Atenção não-membros: Clique aqui para comprar o relatório.Ainda não é um membro? Saiba mais sobre a associação à WAN-IFRA.

Para saber mais, e quais foram as fontes utilizadas, acessar referências bibliográficas:

O texto/artigo foi adaptado por Roberto DoZZe - Agência de Marketing Digital Conteúdo WEB da Dantotsu Group Holding. As citações são elementos (partes, frases, parágrafos, etc.) retirados dos documentos pesquisados durante a leitura da documentação (pesquisa WEB) e que se revelam úteis para sustentar o que se afirma pelo autor no decorrer do seu raciocínio. A publicação do texto se refere ao projeto: “Os Maiores Sites de Informações e Notícias do Mundo Contemporâneo”. Este texto foi conciliado pelo site LanguageTool (Software de revisão), Dicionário de Sinônimos Online, Corretor Ortográfico Microsoft Word e, a Edição Eletrônica do Dicionário Aurélio Buarque de Holanda Ferreira: Novo Dicionário Eletrônico Aurélio versão 7.0. 5ª. Edição do Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa. ©2010 by Regis Ltda. 

0 Comments:

Postar um comentário

Os Maiores Jornais do Mundo

Sites sobre Cultura, Arte e Entretenimento!